Experiência 1 – B em verde e amarelo

1978 / Fernando Bélens

curta metragem/ silencioso/ experimental

S8/ cor/ 7min/ 24q

salvador/ ba/ br

direção/ argumento/ roteiro: Fernando Bélens

fotografia: Mara Mércia

VII Jornada Brasileira de Curta Metragem, 8 a 15 de Setembro de 1978, Salvador/ BA.

II Festival de Cinema Super-8 do Recife, 22 a 26 de Novembro de 1978, Recife/ PE. Prêmio de Melhor filme experimental.

FENACA – Festival Nacional de Cinema, 1979, Aracaju/ SE.

Sinopse

“Na colagem de três estruturas, está construído o filme:
1) Reprodução do filme “Anistia”, realizado pela secção Belga de Anistia Internacional.

2) Nús masculinos e femininos numa montagem natural.

3) Títulos de segmentos da peça de Peter Weiss “O Interrogatório”.” (DMM/CIM/1992)

Fontes

Djaldino Mota Moreno. Curtas imagens em movimento: filmes concorrentes Festival Nacional de Cinema 1979-1981: catálogo. 1992.

Paulo Sá Vieira – O Super-8 na Bahia, 1984.

Material

1091

S8/ cor/ sobras/ reversível montado/

não-sonorizado/ 35m/ 7min44seg a 18q

Em MPCC

Crítica de Reynivaldo Brito

2.1. A experiência de Fernando

Fernando Bélens exasperou a platéia da VII Jornada Brasileira de Curta-Metragem,

realizada em setembro de 1978, com o seu Experiência I-B. O filme mostrava a tortura

de um periquito, alternando a cena com tomadas em detalhe, quase fixas, de nus

masculinos, tudo coberto com a leitura de Morte e Miséria do 3o Reich (Brecht, 1938)

56

na banda sonora. “Depois da sessão era Zé Celso me chamando de torturador,

Jean-Claude me defendendo76

, lembra Fernando Bélens.

A imprensa local foi implacável com a ousadia do superoitista. Em sua coluna de

sábado, de 23 de setembro de 1978, Reynivaldo Brito considerou inaceitável a

experiência de Bélens e sugeriu a tortura do próprio realizador:

A meu ver este cidadão deve sofrer de alguma distorção mental e não

tem nada de gênio. É um doente e como tal deve ser tratado, porque

como torturou e matou um periquito é capaz de fazer com uma pessoa

na sua próxima experiência. Essa posição de torturar para denunciar é

insólita, despropositada, danosa e acima de tudo criminosa. (…) em

vez do periquito o Sr. Fernando Bélens poderia assumir a posição do

torturado porque assim estaríamos livres de outra possível agressão e

outros animais irracionais estariam salvos de sua tara.

77

Anos depois, Bélens, médico desde a época, foi a público esclarecer que o bulbo do

pássaro havia sido seccionado. Portanto o animal não sentira dor alguma: “Era só reação

motora”78

JCB em PIRANHA NO MAR DE ROSAS